Depressão de fim de ano: O que é? Será que tenho?

Para muitas pessoas, a época que finaliza o ano e as festividades de Natal e Ano Novo, é motivo de humor deprimido. A chamada depressão de fim de ano pode atingir qualquer pessoa, porém, pessoas que enfrentam depressão, ansiedade ou problemas de saúde, perdas, conflitos familiares ou problemas financeiros estão mais suscetíveis.

Isso porque o final do ano tende a aumentar a sensibilidade das pessoas, pois culturalmente, é o fechamento de um ciclo, fazendo com que as pessoas avaliem o ano e a vida no geral, ficando em destaque, aquilo que não vai bem.

Mas por que isso acontece?

Alguns motivos podem ser apontados como o causador desse estado deprimido, são eles:

Entusiasmo – A mídia propaga a felicidade das festas de final de ano (família reunida, presentes, festas, entusiasmo) e a pessoa que não se enquadra ou encontra-se em um momento complicado e diferente disso, sente-se “um peixe fora d’água”.

Perda de familiares – Para pessoas enlutadas, as datas comemorativas tendem a potencializar as emoções. A lembrança de anos anteriores com a presença do ente querido reforça a saudade e a tristeza.

• É importante não se sentir obrigado (a) a participar de festas e eventos, porém, entender que está tudo bem em se divertir, estar entre amigos, família etc. Essa também pode ser uma maneira de honrar aquela pessoa que não pôde estar ali presente, mas que estará sempre presente nas lembranças.

Isolamento social – Para aqueles que tem sentimentos de solidão, evitação e desconexão, é um momento de isolamento ainda maior. Toda essa cobrança por felicidade acaba tendo efeito contrário e exigindo muito dessas pessoas, pois aumentam os níveis de ansiedade.

• Dê pequenos passos: Esteja no ambiente e com pessoas que te deixem mais a vontade ou menos ansioso. Tudo bem não estar radiante de felicidade: Só aproveite o momento.

Retrospectiva do ano – É aquele momento em que a pessoa muitas vezes se da conta de que as metas e expectativas para aquele ano não foram realizadas, gerando frustrações e desanimo.

• O problema aqui é que a pessoa se apega ao que não deu certo e remoí sem parar.

Entenda que muitas vezes as coisas não vão sair como desejamos e faz parte. Tudo bem sentir-se frustrado, mas, um novo ano vem ai: O que vou fazer com ele? Ao invés de gastar energia com o que não deu certo, que tal criar novas metas?

Outras questões – As festas de fim de ano podem ser um gatilho para pessoas que encontram-se em dificuldades financeiras, com conflitos familiares (sem falar com parentes, divorciando-se, longe dos pais, filhos etc) e também para tentantes, casais que estão passando por dificuldades na busca por um filho.

Isso porque, como falado anteriormente, é um momento de retrospectiva, de comparações, avaliações da vida e de "cobrança", por parte do "espírito natalino" que o comércio pinta e as pessoas acabam sendo influenciadas de forma automática, respondendo emocionalmente a isso.

• Aqui, lembre-se que a passagem do ano potencializa as emoções, porém, as questões conflituosas são fatos que precisam de atenção, para que não influencie o ano seguinte, as decisões e a vida como um todo. Portanto, é preciso encarar e buscar ajuda.

Como lidar com a depressão de fim de ano?

Busque ajuda – O processo terapêutico pode te auxiliar a entender os reais motivos por trás do sentimento e muda-los. A partir do momento em que você nomeia o que sente pois entende o que se passa, abre-se um leque de possibilidades para lidar com aquilo.

Reavaliar o ano, processar o luto, criar estratégias para resolução de conflitos ou criar novas metas para aquilo que não vai bem: O autoconhecimento é a ferramenta mais valiosa que alguém pode ter na vida.

Não siga regras – Busque aquilo que faz sentido para você. Muitas vezes a comparação acaba roubando a energia e o sentido real das coisas.

Rede de Apoio – Esteja próximo de quem você ama. Não se isole! Isso só fará com que você se sinta pior. Mantenha a sua rede de apoio: família e amigos.

Ninguém é perfeito – Isso serve para avaliação anual, para a ceia, as metas e tudo mais que estiver acontecendo. Seja mais cuidadoso com a maneira que fala consigo mesmo. Não se cobre tanto.

Continue se cuidando – Mantenha exercícios físico e não desconte uma emoção disfuncional na alimentação, compras, drogas ou álcool!

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Um abraço carinhoso,

Psi Alessandra Ribeiro